GIRABOLA
“o seu a seu dono”
Com JORNAL DE ANGOLA
“o seu a seu dono”
Com JORNAL DE ANGOLA
Honorato Silva
Produto de um despacho da então Secretaria de Estado da Educação Física e Desportos (SEFD), o Girabola é, desde 8 de Dezembro de 1979, a competição mais nacional do país. Pelo fascínio que faz do futebol a modalidade rainha no mundo, a prova ocupa um espaço privilegiado no mosaico desportivo angolano.Baptizado antes de nascer, herdando o nome dado em 1972 ao antigo Estadual da I Divisão da Província Ultramarina de Angola, por Rui de Carvalho, uma referência do Rádio-Jornalismo angolano, o Girabola assinala este ano a sua trigésima edição.
Produto de um despacho da então Secretaria de Estado da Educação Física e Desportos (SEFD), o Girabola é, desde 8 de Dezembro de 1979, a competição mais nacional do país. Pelo fascínio que faz do futebol a modalidade rainha no mundo, a prova ocupa um espaço privilegiado no mosaico desportivo angolano.Baptizado antes de nascer, herdando o nome dado em 1972 ao antigo Estadual da I Divisão da Província Ultramarina de Angola, por Rui de Carvalho, uma referência do Rádio-Jornalismo angolano, o Girabola assinala este ano a sua trigésima edição.
Assinado por HONORATO SILVA, o JORNAL DE ANGOLA publicou um artigo onde se comete um lapso que, por me dizer respeito, me vejo na obrigação de aclarar, para que as coisas fiquem devidamente colocadas no seu lugar. O seu a seu dono.
O nome de GIRABOLA, foi criado num período em que dois jornalistas angolanos se empenharam em plena época colonial, em angolanizar o desporto em tudo o que pudesse eliminar nomes e termos ligados ao passado, numa perspectiva de independência que chegaria mais cedo ou mais tarde. Esses dois jornalistas foram: CARLOS PEREIRA e RUI CARVALHO. Esclarecendo: eu e o Rui. A origem vem de GIRAMUNDO, programa radiofónico da Rádio Luanda. Nós formámos um grupo coeso, que se transformou numa equipa famosa em várias frentes. Cito as mais importantes:
Rádio Clube de Angola (Bola Branca), Rádio Ecclésia (Bola Branca e Relatos), Rádio Comercial da Huila (Nocturno e Relatos) Rádio Luanda, Emissora Oficial de Angola (Primeira Mão) e, ainda, jornais A PALAVRA, O COMÉRCIO e O PLANALTO. A referida equipa era formada por José Moreira e António Rebelo (O Comércio), Abel Neves (Rádio Clube de Angola), Emídio Rangel (Nocturno – RCH), Couto Cabral (RL) e Fernando Santos (EOA, Huambo). Como elos especiais nós contávamos com os apoios de Manuel Rabelais (hoje Ministro da Informação), Hermínio Escórcio (algures pelas Embaixadas de Angola) e de outros, poucos, de pouca influência mas que de qualquer modo também se prontificaram sempre em ajudar quando deles precisámos.
Foi um período complicado. Tínhamos à perna a PIDE e alguns jornalistas que não alinharam com as nossas convicções. Lembro-me de Rebelo Carvalheira (Província de Angola e A BOLA), que, numa entrevista que fez ao treinador ANTÓNIO OLIVEIRA – na hora em que deixou de ser treinador do Mambrôa (Huambo), atacou o nosso grupo, citando o nome de Rui Carvalho, a quem apelidou, grosseiramente, de “terrorista” para encapotar alguns fracassos no Girabola. Também Oliveira Campos, não tão acentuadamente e, talvez, por estar a laborar ao lado de Carvalheira, não alinhou na descolonização do desporto angolano. Nos tempos de agora, já escreve “Girabola”… e ainda bem. Havia mais…mas nem vou perder tempo a enumerar os “lindinhos”.
Dada a oportunidade que este artigo do Honorato me concede, quero ainda deixar aqui um outro aspecto da nossa luta. Respigo uma das passagens para mostrar as alterações que fizemos aos nomes dos clubes:
O Estadual de Luanda, designação cujo espaço foi tomado pelo termo Girabola, arrancou com 12 equipas, designadamente Sporting de Luanda, Independente de Porto Alexandre, Sport Huambo e Benfica (Mambrôa), Portugal de Benguela (Coringas), Recreativo da Cáala, Lubango e Benfica (Cacholas), Futebol Clube do Moxico, Clube Desportivo Ferrovia de Nova Lisboa (Kurikutelas), Dinizes de Salazar (Diabos de N'dalatando), Sporting de Benguela e Ara da Gabela.
Destaquei entre parêntesis os nomes que nós atribuímos. Quanto à Selecção, era mesmo PALANCAS NEGRAS, mas aos seleccionados, nós apelidámos de “Barões do Futebol Angolano). Um vocabulário diferentes, de que nos orgulhamos muito e que eu lamento não ter a felicidade de ter comigo o meu grande amigo Rui Carvalho, um valor ímpar que não teve quem compreendesse o quanto de belo ele pretendeu para a nossa Angola, quando desempenhou funções como director-geral da Rádio Nacional, da TPA, como governador de Luanda e na SONANGOL.
Muito mais teria para contar: Etapas de fascículos que bem poderiam enriquecer a História do Desporto Angolano e do Jornalismo-desportivo, gerados durante o período próximo da independência, após o 24 de Abril e, principalmente, após o 11 de Novembro de 1975. Fica para quando me espevitarem a memória novamente. Porei a verdade dos factos.
Ao Honorato Silva, o meu aceno de perfeita camaradagem e entendimento pelo lapso.
Kandandus. – Carlos Pereira
Para quantos quiserem ler o artigo completo inserido no JORNAL DE ANGOLA, AQUI FICA O LINK para o artigo subordinado ao título Girabola sai do gabinete para substituir Estadual de Angola
O nome de GIRABOLA, foi criado num período em que dois jornalistas angolanos se empenharam em plena época colonial, em angolanizar o desporto em tudo o que pudesse eliminar nomes e termos ligados ao passado, numa perspectiva de independência que chegaria mais cedo ou mais tarde. Esses dois jornalistas foram: CARLOS PEREIRA e RUI CARVALHO. Esclarecendo: eu e o Rui. A origem vem de GIRAMUNDO, programa radiofónico da Rádio Luanda. Nós formámos um grupo coeso, que se transformou numa equipa famosa em várias frentes. Cito as mais importantes:
Rádio Clube de Angola (Bola Branca), Rádio Ecclésia (Bola Branca e Relatos), Rádio Comercial da Huila (Nocturno e Relatos) Rádio Luanda, Emissora Oficial de Angola (Primeira Mão) e, ainda, jornais A PALAVRA, O COMÉRCIO e O PLANALTO. A referida equipa era formada por José Moreira e António Rebelo (O Comércio), Abel Neves (Rádio Clube de Angola), Emídio Rangel (Nocturno – RCH), Couto Cabral (RL) e Fernando Santos (EOA, Huambo). Como elos especiais nós contávamos com os apoios de Manuel Rabelais (hoje Ministro da Informação), Hermínio Escórcio (algures pelas Embaixadas de Angola) e de outros, poucos, de pouca influência mas que de qualquer modo também se prontificaram sempre em ajudar quando deles precisámos.
Foi um período complicado. Tínhamos à perna a PIDE e alguns jornalistas que não alinharam com as nossas convicções. Lembro-me de Rebelo Carvalheira (Província de Angola e A BOLA), que, numa entrevista que fez ao treinador ANTÓNIO OLIVEIRA – na hora em que deixou de ser treinador do Mambrôa (Huambo), atacou o nosso grupo, citando o nome de Rui Carvalho, a quem apelidou, grosseiramente, de “terrorista” para encapotar alguns fracassos no Girabola. Também Oliveira Campos, não tão acentuadamente e, talvez, por estar a laborar ao lado de Carvalheira, não alinhou na descolonização do desporto angolano. Nos tempos de agora, já escreve “Girabola”… e ainda bem. Havia mais…mas nem vou perder tempo a enumerar os “lindinhos”.
Dada a oportunidade que este artigo do Honorato me concede, quero ainda deixar aqui um outro aspecto da nossa luta. Respigo uma das passagens para mostrar as alterações que fizemos aos nomes dos clubes:
O Estadual de Luanda, designação cujo espaço foi tomado pelo termo Girabola, arrancou com 12 equipas, designadamente Sporting de Luanda, Independente de Porto Alexandre, Sport Huambo e Benfica (Mambrôa), Portugal de Benguela (Coringas), Recreativo da Cáala, Lubango e Benfica (Cacholas), Futebol Clube do Moxico, Clube Desportivo Ferrovia de Nova Lisboa (Kurikutelas), Dinizes de Salazar (Diabos de N'dalatando), Sporting de Benguela e Ara da Gabela.
Destaquei entre parêntesis os nomes que nós atribuímos. Quanto à Selecção, era mesmo PALANCAS NEGRAS, mas aos seleccionados, nós apelidámos de “Barões do Futebol Angolano). Um vocabulário diferentes, de que nos orgulhamos muito e que eu lamento não ter a felicidade de ter comigo o meu grande amigo Rui Carvalho, um valor ímpar que não teve quem compreendesse o quanto de belo ele pretendeu para a nossa Angola, quando desempenhou funções como director-geral da Rádio Nacional, da TPA, como governador de Luanda e na SONANGOL.
Muito mais teria para contar: Etapas de fascículos que bem poderiam enriquecer a História do Desporto Angolano e do Jornalismo-desportivo, gerados durante o período próximo da independência, após o 24 de Abril e, principalmente, após o 11 de Novembro de 1975. Fica para quando me espevitarem a memória novamente. Porei a verdade dos factos.
Ao Honorato Silva, o meu aceno de perfeita camaradagem e entendimento pelo lapso.
Kandandus. – Carlos Pereira
Para quantos quiserem ler o artigo completo inserido no JORNAL DE ANGOLA, AQUI FICA O LINK para o artigo subordinado ao título Girabola sai do gabinete para substituir Estadual de Angola
EM ANGOLA DESPORTO
NÃO É SÓ "GIRABOLA"