Desde abril, quando foi registrada pela primeira vez, no México, a doença já afetou 28.774 pessoas em 74 países e causou 144 mortes, segundo os mais recentes números da OMS.
A decisão de elevar o nível de alerta ao máximo da escala foi tomada tendo como base o crescimento sustentado apresentado pelo vírus em pelo menos duas regiões do mundo.
Para a diretora-geral da OMS, é importante encontrar um meio termo entre complacência e vigilância; segundo ela, as estratégias para combater a pandemia devem variar em cada país, dependendo de suas condições específicas.
Lembrou que a OMS não recomenda o fechamento de fronteiras nem qualquer restrição ao movimento de pessoas, bens ou serviços, explicando, no entanto, que o cenário pode mudar rapidamente.
Segundo a ministra sueca de Saúde, Maria Larsson, que participou da reunião de hoje, a gripe A (H1N1) "continua se propagando", mas o nível seis "não significa que a enfermidade tenha mudado. As pessoas infectadas apresentam geralmente sintomas leves", precisou.
A decisão da OMS confirma, de fato, a primeira pandemia de gripe do século XXI.
Ao que parece, a situação na Austrália motivou a decisão.
A Austrália é o quinto país mais afetado do mundo, com 1.263 casos.
Mas não é o único. No Chile, o número de contágios triplicou em dois dias, alcançando 1.694 pessoas.
Em Hong Kong foi ordenado o fechamento das escolas primárias e das creches, depois da contaminação de 12 alunos com o vírus. Na Alemanha, foram informados 78 novos casos nesta quarta-feira; 27 alunos de uma escola japonesa em Dusseldorf (oeste) contraíram a enfermidade.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 52 casos confirmados mas, segundo às autoridades, "a transmissão permanece limitada". A maioria dos casos, ou 75% deles, são importados de pessoas que vieram de países afetados e muitos pacientes já receberam alta.
Há dez dias a OMS prepara terreno para anunciar a pandemia. Na terça-feira, o número dois da organização reconheceu que "estamos muito, muito perto" da pandemia.
A mortalidade do vírus foi, até agora, equivalente à da gripe sazonal (0,1%), com exceção do México (0,4%), enquanto que a da gripe aviária é de 60%.
A OMS teme uma mutação do vírus, combinando-se com uma cepa mais virulenta, abrindo caminho para cenários mais pessimistas.
Apesar de tudo, a organização se mostra tranquilizadora e repete que o mundo nunca esteve tão bem preparado para uma pandemia de gripe.
Pelas regras da OMS, a fase 5 significa que o vírus se propaga de pessoa para pessoa em pelo menos dois países de uma mesma região. Quando a propagação de pessoa para pessoa passa a ser registrada em, no mínimo, um país de outra região, a OMS deve elevar o nível para a fase 6, que caracteriza uma pandemia.