quinta-feira, setembro 25, 2008


Letra COMO QUEM NÃO QUER A COISA ... O jornal “Record” (Lisboa), recentemente, publicou uma entrevista com o treinador do Atlético Sport Aviação (ASA), Manuel Fernandes, concedida a João Pedro Abecassis, na qual um assunto bastante melindroso foi focado sobre o futebol angolano.
E ... a propósito o entrevistador quis saber como iam as coisas no ASA. O conhecido técnico, falou com muito entusiasmo, considerou que o ASA é uma equipa totalmente transformada, apostando na formação e nesta altura 40% da equipa é oriunda da formação.
E, em jeito de previsão disse que “após a próxima edição da CAN, em 2010, Angola vai tornar-se uma das maiores potências futebolísticas de África”. Eu acrescento: Um elogio aos enorme potencial que os angolanos cultivam, desde os meios citadinos aos rurais, dos centros aos mussekes... uma realidade que há mais de 50 anos todos os angolanos ligados ao desporto, conhecem esse potencial... lembra-se do Campeonato dos Caçulinhas da Bola e dos Kabonguinhas, em Luanda e no Huambo?

Photobucket

(CAÇULINHA DA BOLA )

Que a Rádio Nacional do tempo do Rui Carvalho idealizou e lançou?
Bem... são factos que os de boa memória não esqueceram de certeza. Agora, o remate que é um alerta. Manuel Fernandes indagado se já tinha indicado algum jovem ao Sporting de Portugal – seu clube do coração -, disse, textualmente:
“Estou a prepará-los para poderem vir a jogar no Sporting. Dentro de um ou dois anos, não me admiro de ver alguns destes miúdos a jogar na Europa”.
Dá vontade de perguntar:
- Oh Manel, afinal estás a renovar o ASA e a preparar uma equipa angolana, ou estás a preparar na formação do ASA os futuros jogadores do teu Sporting?
Por estas e outras que nós conhecemos é que, ao longo de anos e anos, no tempo do jugo colonial, o desporto angolano não conquistou o tal direito que vai conquistar após a organização do CAN’2010. Os Dinizes “brinca na areia”, os Chicos Negritas, os Mendonças, Saavedras, Yaucas ... os Abel Campos e tantos outros... em tempo de opressão não escaparam à sangria, mas, eu penso que em tempo de valorização da Nação Angolana, a todos os níveis, para os atletas angolanos serem, de facto, a razão de uma promissora potência futebolística... quantos estão engajados no sector e na política desportiva angolana, têm que pensar e repensar nas formas de preservar os seus valores desportivos.