segunda-feira, julho 21, 2008

ANGOLA MINHA!
CORRUPÇÃO

O GOVERNO PORTUGUÊS
está a fazer um esforço
para recuperar
a confiança dos angolanos

O Editorial do “24 Horas” (Revista) de ontem, sábado, surpreendeu-me pelo conteúdo assinado pelo editor executivo adjunto. Titulo:
SEM PRINCÍPIOS...
(... que princípios?)
Como, por princípio (s.m. - ditame moral, preceito rígido) não me atrevo a pronunciar sobre o que não sei ou por ter emprenhado pelos ouvidos, a atitude do senhor primeiro-ministro de Portugal, enaltecendo o desempenho do governo de José Eduardo dos Santos, para mim, tem uma nobre vertente:
ESTÁ A RECONQUISTAR A CONFIANÇA DOS ANGOLANOS,
perdida desde o dia em que Portugal não foi o primeiro país a reconhecer a Independência de Angola, na expectativa de ver Agostinho Neto sucumbir sob as bombas da UNITA e da UPA-FNLA, no dia 11 de Novembro de 1975, numa tentativa fracassada e rechaçada pelas FAPLA apoiadas por combatentes cubanos. Aquele avião militar português, que não aterrou em Luanda... na hora em que os rebeldes seriam donos de Luanda, denunciou muito aos angolanos atentos. E, depois disso... já depois de ter sido um dos últimos países a reconhecer Angola independente, outras gafes foram cometidas e só a boa vontade dos angolanos e dos seus governantes em querer preservar uma relação de séculos com os irmãos que falam o mesmo idioma, é que deu azo a que, agora o Primeiro-Ministro de Portugal, na FIL, se identificasse com uma realidade que desconhecia e o espantou. E foi sincero... e soube ser defensor dos interesses do seu país e do seu povo.
Mas, o referido editor executivo ataca, considerando estúpida a realpolitik que o Eng. José Sócrates exultou sobre as relações comerciais com Angola, o 142.º país, (143.º em 2007) entre 163 (173 em 2007) no Índice de Percepção de Corrupção de 2006, onde Portugal ocupa o 26.º lugar (em 2007 está em 29.º). Verifica-se pelo ranking divulgado pela Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Transpar%C3%AAncia_Internacional) que Angola agravou uma posição e Portugal agravou 3 posições. O que deixa concluir que a corrupção em Portugal está a agravar-se mais do que em Angola, sinal de que nada se faz para a combater. Nem sequer é uma opinião balofa… nem uma reacção orquestrada contra Angola, por haver muitas espinhas atravessadas na garganta… ou por terem herdado conhecimentos de obscurantismo. Mas quem sou eu para conseguir chegar ao âmago do assunto? Talvez este extracto de afirmações do Dr. Marinho Pinto, possam me ajudar a esclarecer o editor executivo adjunto do 24horas, sobre algo que na sua terra, é apontado por quem sabe dizer as verdades, sem incumbências de esferas dominadoras da corrupção nos meios de comunicação social.
Existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e que andam por aí impunemente alguns a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade e não há mecanismos de lhes tocar. Alguns até ostensivamente ocupam cargos relevantes no Estado Português”, afirmou Marinho Pinto, bastonário dos advogados, à Antena 1. (
Público, 26.01.200
O signatário do Editorial a que me refiro, deve ter esquecido que Portugal cabe 14 vezes e meia dentro de Angola, em Abril virou a página da história e em 37 anos ainda não conseguiu sair do Índice de Corrupção Mundial… e, atreve-se a falar de uma Angola independente há 36 anos, tendo vivido, primeiro 500 anos de exploração dos portugueses e depois, mais 30 anos de destruição imposta por um Grupelho a soldo de interesses camuflados com origem em Portugal (Marcelo Caetano o confirmou) a Unita (com as cores portuguesas na bandeira e o simbólico galo tuga de Barcelos). Se em 37 anos Portugal não conseguiu ultrapassar as carências na fome, educação, segurança… sem ter sido afectada por uma guerrilha traiçoeira, como é que os angolanos podem exigir mais ao seu governo e ao seu Presidente José Eduardo dos Santos, do que aquilo que lhes tem sido dado?
Gostaria de ter meios para proporcionar uma visita a Angola, sem ser guiada, ao editor executivo adjunto do 24horas. Sinceramente que adorava levá-lo a ver Angola de Cabinda ao Cunene, para, depois, ele ser o primeiro a chamar charlatão fracassado ao Bob Geldof, um espertalhão que ganha fortunas servindo-se da miséria dos outros… apregoando ajudas que ficam sem fim… como seriam de desejar.
Por fim, eu acho que o editor executivo adjunto do 24horas, não lê diariamente o excelente jornal que o Pedro Tadeu, dirige com competência e saber… onde, o estado deste Portugal corrupto, é salientado com honestidade e exactidão… sem malabarismos políticos camuflados.

PRÓXIMA EDIÇÃO: QUARTA-FEIRA, 23 DE JULHO