Vivi só seis meses em Benguela (Litoral-Sul de Angola) no longínquo 1949, e hoje, quando tive de reviver o pouco que a memória arquivou desse remoto tempo, as acácias rubras que alindam ainda hoje as urbes benguelenses, vermelhas como lábios sãos de mulher, ressaltaram para o plano de reminiscências, com natural evidência que se associa a quanto de poético elas inspiraram ecritores e poetas do meu tempo lá vivido, sito Ernesto Lara Filho, Alda Lara e Aires de Almeida Santos.
Quantas estórias poderia eu contar desse tempo, breve é certo, hilariantes passadas com o Camonino e o Miau, boémias com o Ernesto e o Zeca Santos e gandaia com o Aires. Mas nenhuma delas teria cabimento neste introito que sinto ter a obrigação de o escrever, para o valioso trabalho de Maria Cysneiros, que, por deferência especial para comigo, me autorizou a divulgar aqui MEMÓRIA POÉTICA DE ANGOLA.
O Ernesto e eu - companheiros de luta clandestina sem o sabermos -, fomos amigos de força frontal e na revista angolana "NOTÍCIA", estivémos juntos e foi a união profissional com "Kana Kanjungo" (de minha autoria) e o "Seripipiri do Carlitos" (do Ernesto) que abrimos a porta à identificação verdadeira no alinhamento político em prol da independência da nossa Angola. Daí, os vínculos sólidos que nos uniram até à morte do Ernesto. No Huambo, na rampa da Granja (morte estranha diga-se, de passagem) onde se presume tenha sido atropelado. (Eu tenho dúvidas). Dois dias antes o Ernesto esteve comigo na Emissora Regional da Rádio Nacional, tomámos umas bebida no bar. Lembro-me que notei algo diferente nele, e, por mais que me esforce neste momento não atino com a razão de minhas dúvidas.
Nesta lapidar asserção, José de Alencar, o grande poeta do Romantismo brasileiro do século XIX, sintetizou com perfeição a expressão explosiva da nacionalidade, da manifestação do sentimento e da expressão do que se considerava os anseios de um povo, numa estratégia de libertação ideológica do intelectual brasileiro, dimensionado na cultura portuguesa. De modo idêntico, a literatura angolana se fez sistema, cem anos depois, sob o signo de anseio de libertação, num processo que, acompanhando o da consciência nacional, se foi intensificando a partir da década de 30 até se tornar irreversível a partir da década de 50, com a geração da Mensagem A Voz dos Naturais de Angola (1951-1953) e da Cultura (II, 1957-1961). A esta geração pertenceram, entre outros, Aires de Almeida Santos e Ernesto Lara Filho.
Quantas estórias poderia eu contar desse tempo, breve é certo, hilariantes passadas com o Camonino e o Miau, boémias com o Ernesto e o Zeca Santos e gandaia com o Aires. Mas nenhuma delas teria cabimento neste introito que sinto ter a obrigação de o escrever, para o valioso trabalho de Maria Cysneiros, que, por deferência especial para comigo, me autorizou a divulgar aqui MEMÓRIA POÉTICA DE ANGOLA.
O Ernesto e eu - companheiros de luta clandestina sem o sabermos -, fomos amigos de força frontal e na revista angolana "NOTÍCIA", estivémos juntos e foi a união profissional com "Kana Kanjungo" (de minha autoria) e o "Seripipiri do Carlitos" (do Ernesto) que abrimos a porta à identificação verdadeira no alinhamento político em prol da independência da nossa Angola. Daí, os vínculos sólidos que nos uniram até à morte do Ernesto. No Huambo, na rampa da Granja (morte estranha diga-se, de passagem) onde se presume tenha sido atropelado. (Eu tenho dúvidas). Dois dias antes o Ernesto esteve comigo na Emissora Regional da Rádio Nacional, tomámos umas bebida no bar. Lembro-me que notei algo diferente nele, e, por mais que me esforce neste momento não atino com a razão de minhas dúvidas.
Todo o resto que sobra (e é muito, podem crer..) fica para outra ocasião
É o momento exacto de vos oferecer o trabalho de Maria Cysneiros:
É o momento exacto de vos oferecer o trabalho de Maria Cysneiros:
A língua é a nacionalidade do pensamento
como a Pátria é a nacionalidade do povo.
como a Pátria é a nacionalidade do povo.
Nesta lapidar asserção, José de Alencar, o grande poeta do Romantismo brasileiro do século XIX, sintetizou com perfeição a expressão explosiva da nacionalidade, da manifestação do sentimento e da expressão do que se considerava os anseios de um povo, numa estratégia de libertação ideológica do intelectual brasileiro, dimensionado na cultura portuguesa. De modo idêntico, a literatura angolana se fez sistema, cem anos depois, sob o signo de anseio de libertação, num processo que, acompanhando o da consciência nacional, se foi intensificando a partir da década de 30 até se tornar irreversível a partir da década de 50, com a geração da Mensagem A Voz dos Naturais de Angola (1951-1953) e da Cultura (II, 1957-1961). A esta geração pertenceram, entre outros, Aires de Almeida Santos e Ernesto Lara Filho.
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