O BENFICA DE VIEIRA
O título deste post pode elucidar erradamente da intenção objectiva que me leva a escrever sobre um clube que meu Pai me ensinou a respeitar e que só não me convenceu a aderir como adepto porque eu, na época, fazia parte de uma grande malta (do Bungo) que era do Ferroviário e do Belenenses. Ainda cheguei a jogar (contrariado e obrigado) no Benfica de Luanda, e fiz o que melhor que sabia, mas sinceramente, estava mesmo contrariado.
É que nem o Eusébio me convenceu a mudar de camisola. Eu adorava o Matateu, o seu irmão Vicente, o Feliciano, o Serafim, o DePace, o Zé Pereira, o Yaúca e tantos mais que não importa estar a nomear todos eles por quem eu torcia e vibrava. E, ainda hoje, continuo a ser um adepto dos azuis de Belém.
Admirei o Benfica das épocas que antecederam a desastrosa presidência de Vale e Azevedo. Daí para a frente, o clube de meu Pai, não mais voltou a ser aquele Benfica do Eusébio, do José Águas, do José Torres, do Rogério e de quantos os acompanharam nas grandes façanhas como aquele de, em Madrid, derrotou o Real depois de estarem a perder por 3-0… coisas grandes de um grande clube.
De um Clube que parece grande na vertente empresarial, porque como Clube (desportivo) deixa muito a desejar, e isso se deve em grande parte ao descalabro deixado por Vale Azevedo, continuado por Vilarinho e mantido por Vieira. Ser o maior do Mundo em sócios (incluindo os que morreram já… que desistiram ou não pagam cotas), na vertente comercial com vendas de produtos chancelados por Eusébio e Rui Costa, em meu entender não valoriza nada o emblema da águia, candidato a ser o maior do Mundo. E, tudo isso, perante a amorfa passividade dos sócios que continuam a viver de esperanças renovadas desde há dois anos em que venceu o campeonato, no aproveitar do imprevisto de resultados.
Isto para não falar das esperanças congeladas desde 1994.
Mas, as conhecidas serpentinas – para esconder os falhanços da gestão desportiva -, continuam a ser lançadas e, verdade verdadinha, os benfiquistas até fazem gala do colorido das mesmas, como se fossem o arco-íris do Glorioso. Para isso, o prestígio de um dos maiores jogadores da actualidade, Rui Costa, está a servir de muleta e de ladainhas para entusiasmar os sócios, numa proposta estranha para que seja um garante de continuidade da actual política presidencial subscrita por Vieira - que Deus salve Rui Costa de tal professor. Mas, que continuidade? A de vender muitos kit’s e não ganhar nada ao mais alto nível do futebol nacional e europeu? Mas que continuidade se já se aflora a recandidatura? Ou será que o milionário Berardo, já iluminou o cérebro que tanto tem trabalhado em prol de estratégias próprias, esquecendo-se que quando toca a eleições, quem manda são os sócios. Este pormenor deve estar esquecido pelo actual presidente do Benfica, ou será o sr. Veiga que está fazendo falta nas hostes directivas do grande Benfica?
Há, sobre este mesmo assunto dois aspectos que me despertaram a atenção, principalmente por se enquadrarem no mesmo ponto de vista que eu defendo. O primeiro está expresso no jornal “Record”, assinado pelo colunista Rui Santos, na edição desta segunda-feira, 15 de Outubro, cujo extracto faço com a devida vénia ao autor astuto do “Pressão Alta”:
"A constante alusão a Rui Costa não esconde o falhanço da gestão desportiva, abafado por um conjunto de mediáticas iniciativas. Às custas e às costas de Rui, cuja vocação para o dirigismo e disponibilidade para ser presidente devem ser ab initio questionadas"
E, por acréscimo:
"A PT já admite redução de patrocínios. É preciso cuidar do negócio e não reduzi-lo à expressão do marketing. Tantas gravatas, não"
Segundo aspecto:

A lenga-lenga do presidente continua a ser desmascarada. Fernando Santos,no Editorial de O JOGO:
"É extemporâneo qualquer cenário presidenciável para o “maestro” do Benfica. Ruído atrás de ruído pelos vistos ninguém quer saber do que factual: Filipe Vieira já anunciou a sua candidatura às eleições de 2009"

Ponto final: se algum benfiquista leu esta minha opinião e não gostou, só tem uma coisa a fazer. É continuar a ser um mau benfiquista. – Carlos Pereira