sexta-feira, maio 08, 2009

ENTÃO ERA MENTIRA?



Militares portugueses confirmam
acordo com Unita
antes da independência de Angola

Nota: - Este artigo não só confirma quanto se sabia na época mas que, sempre foi negada a razão ao MPLA, assim como se atacou o único movimento que defendeu os interesses do povo angolano. Mas havia alguma dúvida de que a Unita foi criada com o apoio do Governo Português? Marcelo Caetano, no seu livro até deu a entender isso mesmo. Ou as cores escolhidas são uma coincidência? verde, vermelho e amarelo? O galo (Barcelos) também é? E no Huambo, quando a Unita com a conivência do Governo português -, meteu num Dakota da DTA (TAAG) os cérebros do MPLA, Albano Machado, Joaquim Kapango, Comandante Carlos e os levou para o Kuito onde foram assassinados com requintes de malvadez? E, ainda, a integração dos FLECHAS do tempo colonial, no Leste, nas fileiras da Unita? Mas, tudo isso era sabido e só os colonos portugueses que acreditaram na neocolonização, e numa divisão de Angola, é que era seguidores do famigerado Savimbi. Bem... a verdadeira história ainda não está escrita. E, porque seria que Portugal foi o último país a reconhecer ANGOLA INDEPENDENTE?

Que pena... não terem alinhado ao lado do povo angolano. Hoje estariam com privilégios numa ANGOLA LIVRE E EXEMPLAR EM ÁFRICA! - Carlos Pereira

Fonte: RTP - Televisão Portuguesa

O MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) sempre o disse, mas os seus opositores diziam tratar-se de propaganda. Agora, oficiais portugueses confirmam: a Unita, principal partido angolano da oposição, tinha um acordo de tréguas com o exército colonial, antes da independência do país, em 1975.


O general Bettencourt Rodrigues, comandante da Zona Leste de Angola de 1970 a 1973, confirmou à Rádio Televisão Portuguesa (RTP) que ele próprio assinou um acordo de tréguas entre a Unita e o exército colonial português, em 1972.

Nos termos desse acordo, as tropas portuguesas comprometeram-se a não atacar a Unita numa área à volta da cidade do Luso (hoje Luena), no leste de Angola, enquanto a referida organização recebeu a missão de atacar os guerrilheiros do MPLA, que tentavam estender a luta de libertação do leste para o sul do país.

As declarações do general português constam do 17.º episódio da série televisiva 'Guerra Colonial', da RTP, produzida pelo realizador Joaquim Furtado, transmitido esta quarta-feira.

O jornal 'O Público', que fez uma pré-publicação das mesmas, acrescenta que o acordo de tréguas foi assinado, pela parte da Unita, por Clemente Jambo e Sabino Sandale. Este último, assim como ex-chefe do estado-maior da Unita, Samuel Chiwale, negam.

Todos os pormenores do acordo – que foi revelado em primeira mão pela revista Afrique-Asie, logo depois do 25 de Abril de 1975 – foram contados com detalhes, no episódio daquela série televisiva, por outros oficiais portugueses envolvidos, como o general Fernando Passos Ramos, o general Costa Santos, o ex-alferes miliciano Benjamim Fernando Almeida e o antigo capitão médico Rolão de Carvalho.

O episódio inclui ainda o depoimento do general Costa Gomes, que era o chefe das tropas portuguesas em Angola naquela época e que chegou a ser Presidente da República em Portugal depois do 25 de Abril, confirmando tudo. Ele disse que o acordo poderia mesmo ter conduzido à nomeação de Jonas Savimbi, então líder da Unita, como governador da província do Bié.

Esta aliança foi frustrada pelos acontecimentos. Depois do 25 de Abril, que pôs fim ao salazarismo e ao colonialismo português, a independência de Angola foi proclamada em 1975 pelo MPLA, que instituiu um regime de partido único.

A Unita iniciou uma guerra, com o apoio dos Estados Unidos e do regime do apartheid sul-africano. Em 1991, o governo e a Unita assinaram um acordo de paz, que levou à realização de eleições em 1992.

Essas eleições foram ganhas pelo MPLA, que, portanto, continuou no poder. A Unita retomou a guerra, que apenas terminou em 2002, depois da morte em combate de Savimbi nas matas do Moxico.

Em 2008, foram realizadas novas eleições vencidas outra vez pelo MPLA.