sábado, junho 10, 2006

divagando

NÃO É PROIBIDO SER IGNORANTE
Com o início do Campeonato do Mundo de Futebol, fiquei quase completamente coarctado de me expandir, circunscrito que estou a outras obrigações, que me impedem de produzir algo expressamente para os meus blogs.
Neste post, não abordarei os temas que me absorvem os pensamentos e que, num futuro, irei vocalizar, aqui, por se tratarem de assuntos que moem pela ignorância que os enforma. Não irei calar-me perante evidências de gente que se arvora em sabichona. Isto é falando por indução ou dedução infundada. Chamar à composição KURIKUTELA, do famoso Duo Ouro Negro, um ritmo angolano, é mesmo ser-se ignorante (acuso disto D. Lili Caneças); chamar amendoim ao gindungo, é mesmo atrevimento irresponsável e, afirmar-se, como verdade única e absoluta, que o luto em Angola é manifestado pelo povo com veste brancas, esta brada aos céus. Como angolano com 60 anos de vida, deles mais de metade percorrendo Angola de lés-a-lés (menos Cunene, pois aí nunca houve equipas de futebol a participar nos campeonatos nacionais) nem nunca ouvi afirmação tal nem nunca vi nenhum indígena vestir de branco, nem mesmo estando de luto. De negro, sim. Muitos. De vestes negras, de modelos próprios ou simples conforme as posses de cada um... foi o que vi. Pelo menos entre 1930 e 1990. As influèncias europeias, particularmente de Portugal colonizador e afro-brasileiras do Candonblê da Bahía ou da era monárquica em Portugal (D.Manuel - 1521, proibiu o luto branco) se ocorreram foi antes dessa época em eu vivi.
Estes serão assuntos para quando eu conseguir roubar um tempinho às minhas obrigações profissinais.

NOTAS
O preto é a cor do luto; não como o branco, mas de uma maneira mais opressiva. O luto branco tem alguma coisa messiânica (tende a ver com Messias). Indica uma ausência destinada a ser preenchida, uma falta provisória.
É o luto dos Reis e dos Deuses que vão obrigatoriamente renascer: o Rei está morto, viva o rei! Corresponde bem à corte da França, onde o luto exigia o uso de branco. - Wellington Carrion
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