terça-feira, novembro 14, 2006


INDEPENDÊNCIA FESTEJADA

A efeméride foi comemorada em inúmeros pontos do Mundo: ANGOLA INDEPENDENTE HÁ 31 ANOS, desde o dia 11 deste mês de Novembro. Em 1975, no momento em que o Dr. Agostinho Neto proclamava, em Luanda, a independência da República Popular de Angola, eu estava nos estúdios centrais da Rádio Nacional de Angola, em Luanda, ouvindo o homem que eu admirava desde muito jovem, quando A.N. ainda exercia clínica no Bairro Operário e, simultaneamente, ouvindo ribombar dos monacaxitos em Caxito, disparados pelas FAPLA - Forças Armadas Populares de Libertação de Angola - e FAC - Forças Armadas Cubanas -, escorraçando a invasão pelo Norte encetada pelas Forças Armados do ex. Congo de Mobutu; e, ouvindo as informações, vindas dos meus colegas do Regional do Quanza-Sul, sobre a invasão sul-africana que incluía dezenas de tanques de guerra, perpetrada pelos sul-africanos, pela faixa de Novo Redondo e Gabela, de onde foram repelidos pelas forças especiais das FAPLA e por comandos das FAC. Não sei quantos países neste Mundo, terão conseguido a independência com tantas luta, tanta traição - onde estava o governo português, Mário Soares, etc. etc.neste dia de tão estrondoso êxito para os angolanos e estrondosa derrota para os portugueses? em, eu sei onde estavam: estavam a bordo de um avião da TAP, sobrevoando o céu de Luanda, sim senhor… mas, alegando haver confrontos bélicos, o avião mudou a rota e retornou para Portugal.A bordo muita gente ficou contrariada, defraudada e frustrada, pois com invasões a Norte e Sul, o governo português – feito com a UNITA – nunca admitiu uma vitória do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) sob a presidência do Dr. Agostinho Neto.
São dias que marcam e marcaram milhões de angolanos de toda a raças e etnias. A título complementar, apenas uma nota mais, escolhida entre dezenas que retenho em mente, por ser a que mais me desgostou, dada a minha descendência portuguesa: o governo de Portugal, a ser mentira o que acima escrevi e afirmei, teria no dia 12 enviado mensagem ao governo de Angola e, deveria ter sido o primeiro a reconhecer a independência do país…, mas não só o não fez como foi dos últimos países a reconhecer ANGOLA INDEPENDENTE com o Brasil, Cuba e a Espanha a serem os primeiros a reconhecer ANGOLA COMO PAÍS SOBERANO, conquistando terrenos que ainda hoje Portugal ainda não conseguiu alcançar e, dificilmente, os conseguirá algum dia alcançar. Chegaram tarde. Infelizmente. Nem sequer os governos deste últimos 31 anos, souberam reparar o mal, e só começaram a acreditar em Angola, após as derrotas militares da UNITA, depois da morte do lunático Jonas Savimbi, após a vitória eleitoral de José Eduardo dos Santos e, sobretudo, após o “virar do prego” dos Estados Unidos da América, ao passar de agressor a defensor a apoiante da causa angolana.
Acredite, quem quiser. Eu vi, vivi… eu estive sempre lá.- carlos.pereira