domingo, maio 27, 2007


AZUL E VERDE
retiradas do arco-íris
no JAMORCOLOR

Não será novidade para a maioria dos visitantes habituais deste meu blog, a intenção de abrir este espaço a colaboradores que ofereçam, à partida, a garantia de isenção e com o "cabedal" que caracteriza competência. Não é enveredar pelo labirinto da opinião de cada um… isso pertence aos visitantes que, para opinar, têm o espaço próprio em cada "post", que está aí, nos comentários, ou, enviando para o nosso endereço de correio electrónico

SAMBINHA N'KONO , é o pseudónimo de um dos jovens jornalistas que nem sempre aparece no primeiro plano da imprensa desportiva lisboeta, por ainda não ter sido devidamente avaliado. O tempo fará dele figura preponderante. Assim ele queira e continue a aperfeiçoar-se. Achei que estava certo quando o convidei a colaborar. Agora, já não serei quem pode acrescentar seja o que for. Têm a palavra os visitantes.



FUTEBOL QUE FLUI

Soube bem ver o Sporting e o Belenenses a jogar (bom) futebol durante esta temporada. Futebol irreverente e artístico, tanto de um lado como do outro, em duas equipas que têm no meio-campo os principais argumentos.
O losango leonino, muito jovem, promete dar ao mundo três jogadores de top: Miguel Veloso, à frente da defesa, tem classe para dar e vender, calmo, confiante e preciso no passe, inteligente nas decisões que, segundo a segundo, toma para dar a melhor sequência às jogadas; sobre a direita, João Moutinho, para quem todos os adjectivos já devem ter sido gastos - personalidade e maturidade são dois dos mais utilizados; sobre a esquerda, Nani, o novo “mustang” do futebol português, já com o olhar aguçado do Manchester United sobre si, na expectativa de juntar na equipa uma dose de criatividade que promete vir a ser pouco menos do que… mortal – é que, ter no mesmo onze Nani e Cristiano Ronaldo, promete autênticos filmes de terror para as defesas contrárias; depois, Romagnoli, o pequeno argentino que tem sabido ser o último elo entre o talento dos companheiros mais recuados e a competência letal do outro “baixinho”, Liedson.
Mas o meio-campo do Belenenses, mesmo sem tanto mediatismo, não se fica muito atrás em qualidade… e nos resultados. Desde que começou a carburar, Jesus tem sido brindado com prendas atrás de prendas, que, sem dúvida, merece, até porque muito do segredo está na sabedoria que tem acumulado ao longo destes anos em equipas de fundo da tabela (e mesmo de divisões secundárias). Sandro Gaúcho é um trinco competente, mais do que isso, irrepreensível; José Pedro, o homem-bomba, já há muito que devia estar a representar equipa com mais ambições e, a seu lado, Rúben Amorim, uma das grandes promessas do nosso campeonato. Já se fala no interesse do Benfica neste jovem atleta e quase apostamos que daqui a uns anos será presença habitual na Selecção Nacional (já o é nas camadas jovens, aliás…); depois, bem, depois há Silas, com talento para dar a vender, um daqueles jogadores que passou ao lado de uma grande carreira, um homem que já entrou na casa dos trintas, o que, aliás, pode funcionar como uma mais-valia - é que, para além da experiência, a idade deve transmitir-lhe ao mesmo tempo motivação-extra para sair do Jamor com a Taça nas mãos; é que, se não for hoje, ele, que nunca ganhou um único título em toda a sua carreira, provavelmente nunca mais terá outra oportunidade tão boa para o conseguir.Enfim, dois meios-campos de luxo, daqueles que fazem o futebol fluír e agarram ao relvado, sem a mínima distracção, a concentração dos espectadores. Na frente, Liedson e Dady são homens para fazer… o resto.