OS ÊXITOS DE UMA REVOLUÇÃO
A Selecção angolana de futebol PALANCAS NEGRAS está praticamente qualificada para disputar o CAN'2008. Falta a Suazilândia, mas nada impedirá a qualificação. Oliveira Gonçalves, treinador dos "barões" do futebol angolano, trabalha sem Figueiredo e Flávio Amado que regressaram para as respectivas equipas. Outros dois jogadores deixaram Luanda, Kali e Mantorras, respectivamente. O central do Sion da Suíça foi para testes médicos, uma obrigação em início de época, enquanto o avançado do Benfica, de Lisboa, irá participar no jogo das estrelas, que será promovido pelo médio do Inter de Milão, Luís Figo, segundo ele próprio
O BENFICA DE LUANDA, aproveitará o interregno do GIRABOLA, para antes do reatamento do campeonato, dia 23 do corrente, rodar a equipa em Espanha, na tentativa de melhorar a classificação desta temporada, em nada condizente com a da época transacta que ficou entre os cinco primeiros. É uma forma de compensar algumas situações de sacrifício que ainda se vive em Angola, particularmente nas deslocações a certas províncias com equipas a participar no GIRABOLA. Esta é uma forma de querer comprender o por quê ir a Espanha preparar a fase final da prova. Ora, eu não entendo isso como vantajoso, havendo em Angola, locais muito bons para estagiar, como, por exemplo o Lubango, Namibe (clima apropriado para desportistas) ou mesmo, o Huambo (como clima de planalto com bom índice de humidade). Mas, pronto, Espanha é estrangeiro, o Benfica de Luanda, revela-se endinheirado, e, algúns irão beneficiar desta medida desmedida, quanto a mim. Uma volta cumprida sem resultados, e, agora, que dava para recuperar o esforço... não acredito que isso venha a acontecer com êxito, antes, pelo contrário, irá desgastar ainda mais o plantel... bem me recordo o que foi o estágio dos "Palancas" aquando do CAN'2006... Lembram-se? Até se desenhou grandes "voltas" nocturnas... embora tidas, depois, como boatos. Só desejo, sinceramente, que me tenha enganado, desejo que me surge por desejar defender o futebol angolano. Nada de confundir opinião com clubite encarnada.
Desfibrilhador(*) cardíaco salva jogador da Eritreia da morte – Sob este título respiguei do "JORNAL DOS DESPORTOS" – online – uma notícia de um dramático momento vivido quase no final do jogo entre a Eritreia e Angola, que, a não ter tido o feliz desfecho que teve, hoje seria noticia em todo o Mundo. FELIZMENTE O JOGADOR NÃO MORREU. O acontecimento foi acompanhado pelo meu colega Betumeleano Ferrão, em Eritreia, e dele soube narrar com a fibra de quem tem coração no lugar e sentimentos no teclado do computador. Com a devida vénia, transcrevo o texto de Ferrão, do "JORNAL DOS DESPORTOS" de Luanda.
A disputa do lance foi perfeitamente legal, mas a esta hora seria, com certeza, manchete em todo o mundo. Tudo aconteceu tão rápido a ponto de as testemunhas oculares, os espectadores, serem obrigados a se conter para não serem dominados pela emoção, pois, por mais que quisessem nada podiam fazer para evitar que um co-humano, no caso Ghebreselassie, morresse aí mesmo na frente de todos. Que vista frustrante, aterradora e desoladora!
Aos 85’, Ghebreselassie rendeu Goitom e aos 90’ caiu desamparado quase na linha lateral, depois de disputar uma bola área com Jamba. Talvez por ignorância ou falta de calma, o corpo médico eritreu meteu todo o mundo em pânico e suspense, enfim foram momentos de verdadeira angústia e ansiedade, o jogador estava imóvel e as pessoas que o cercavam choravam, metiam as mãos à cabeça e atiram-se ao chão, resignados e impotentes com o que viam.
Foé e Feher... vieram a mente de todos nós que estávamos no estádio, ficamos com uma lágrima no canto dos olhos. Como as coisas chegaram até aquele ponto tão de repente? E se tivéssemos sido nós as vítimas? Felizmente o Dr. Pedro Miguel tinha a resposta da nossa satisfação, ele revela ao “Jornal dos Desportos”: “Me pareceu que o atleta fez uma paragem cardio-vascular, então, tínhamos em mão o desfibrilhador cardíaco da selecção, nós o usamos para reanimar o atleta”. Antes de ser colocado na ambulância o jogador eritreu ergueu a cabeça para tranquilizar-nos e as estrondosas e demoradas palmas que se seguiram, serviram para descarregar todo o sofrimento por que passamos ao vermos in loco tão chocante e lúgubre cena, que agora, infelizmente, também já faz história no desporto mundial.
Vá lá, bem merecem vocês que desembarace a vossa curiosidade em quererem ver a MISS ANGOLA, por outra vertente que justifique o título. OK. Tudo bem! Aqui fica uma bela pose de MICAELA REIS.
- Textos de Carlos Pereira com Angop;Jornal de Angola e Jornal dos Desportos
Fotos de autoria não identificada.