sexta-feira, outubro 20, 2006

ESPERANÇA, VERGONHA E ABORTO

Meus amigos, agora é só esperar que o tempo jogue a favor da recuperação do meu rapaz. Há um prazo de esperanças que pode terminar depois de amanhã. Sem perder o fio à meada, estarei atento e alimentarei a esperança de que haverá de forma definitiva ajuda de Deus na resolução do problema.
Até lá, alguns outros problemas absorveram minhas atenções, sobretudo, por serem problemas que também me abrangem e me causam muita apreensão. As mexidas que o governo socialista gerido pelo primeiro-ministro José Sócrates tem levado a cabo e as que estão na agenda como aspectos a concretizar a curto prazo, trazem preocupações mil ao povo português - que não é excepção, socialmente falando, em relação à maioria dos povos tidos como “terceiro mundistas” – sobressaindo, no que estou a referir, a esperteza do senhor secretário de Estado adjunto da Indústria e Energia e Inovação – de sua graça de baptismo António Castro Guerra, até agora desconhecido do povo mas cujo nome ficou gravado nas massas populares – pelo simplíssimo facto de culpar os consumidores pela anunciada subida de 15,7 por cento no preço da electricidade. Uma anedota que tanto pode dar para rir como para chorar… A outra preocupação é a questão que respeita ao referendo sobre a DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO
Um assunto que se arrasta desde 1998 e que, ao que tudo indica, volvidos 8 anos, vai ser, finalmente, decidido com um “sim” da maioria. E por que não? Quantos serão os casos em que mulheres violadas ou em situações de miséria – e sei lá em quantas mais poderão se encontrar – que obrigam a cometer crimes graves de parirem sem apoio médico e a abandonarem - ou até a assassinarem os fetos por não terem condições de manterem a sobrevivência ou, quem sabe, por outras razões, como, por exemplo, o não quererem que se saiba e recorrem ao aborto clandestino onde, quantas vezes, as coisas correm mal... e quantas outras situações ocorrem...
Interrupção de gravidez é evitar a sua progressão, e , aborto, é o acto de abortar –que obviamente, terminou com a gravidez. Mas o CDS-PP não interpretou as coisas assim e absteve-se de votar, enquanto o PS, PSD e BE votaram a favor. PCP e Os Verdes, votaram contra, por entenderem que este é um problema que impunha a mudança da lei sem recurso a referendo.
Num país – neste caso Portugal a que me refiro – onde vozes se levantaram no “tempo da outra senhora” com razões de sobra e, também, por dá cá aquela palha… é de estranhar que só meia dúzia de pessoas tenham coragem de dar a cara para combater abusos de gestão, que constituem prejuízos elevados para a classe abaixo da média e média, que usufrui pensões, reformas e ordenados que mal dão para ter-se um abrigo e alimentação.
Mas quem nos governa, usufruindo salários que dão para gastar numa estada num hotel, valor que dava para alimentar uma família pobre durante um mês, e a quem é de somenos importância pagar mais 10 ou 20 euros pelo consumo de electricidade, não se preocupa em olhar para este descalabro vergonhoso, ainda que tenha sido alterado para metade, eu pergunto:
  • Acaso o povo pediu o aval dos governos anteriores para a factura da electricidade?

  • Acaso algum dos governos encimados por Cavaco Silva, Guterres ou Santana Lopes e José Sócrates advertiu o povo de que estava a contrair uma dívida que o poderia penalizar no futuro?
  • Se todos sabemos – inclusive Presidente da República, Primeiro-Ministro e Ministro da Energia -, de quem é a culpa do deficit e quais as suas causas, com que autoridade democrática e justa, querem tirar (sonegar?) dinheiro ao povo, ganho sabe Deus com que sacrifícios?
    Isto é um insulto, é fazer do povo estúpido.