sábado, janeiro 20, 2007


Hoje aproveito as paragens dos campeonato de futebol aqui em Portugal - vai haver apenas jogos da Taça -, que, ao longo da época me absorvem e consomem em todas as vertentes profissionais e pessoais para me libertar de sérias preocupações que um imprevisto de minha vida enfrenta. Todos nós temos de enfrentar as consequências do que construímos, certo ou erradamente. Eu estou aí e vou continuar porque o assunto é indissolúvel, a enfrentar essas consequências, mas cônscio e sem arrependimentos. Mas o assunto fica para uma outra oportunidade, que virá a ser muito mais conveniente, dado que terá evolução favorável.Hoje, voltei a ser eu. Nada de egocentrisnos... Vasculhei uma gaveta repleta de velharias de todo o tipo, desde a caneta de tinta permanente Parker que me Pai me ofereceu quando eu passei no exame de admissão aos Liceus até à esferográfica mais sofisticada que apareceu com a BIC em 1950. E, de permeio, selos, porta-moedas, relógios… que fazem parte de uma hipotética colecção de lembranças que têm passado pela minha vida. E foi entre por entre tudo isso que apareceu uma carteira despassarada há alguns anos. Há coisas que nos deixam pensar e nos esmurram o cérebro por não sabermos por que razões acontecem. Uma carteira cheia de cartões e papelinhos entre os quais um com a lista de amigos com quem em contactava há alguns anos. Entre os registados a alegria de topar com um dos meus maiore amigos de quem perdi contactos e de quem me lembrava frequentemente. Nas várias tentativas de o localizar, sempre nulas apenas sabia que poderia andar pelo México nas suas deambulações de pesquisador histórico. Sem a menor esperança de ouvir o telefone tocar dado o número ter sido anotado há mais de 10 anos, sorri e um arrepio cortou minha espinha quando do outro lado, ao terceiro toque, uma voz inconfundível e uma pronúncia de angolano que sabe falar português como poucos portugueses e de sotaque vincadamente silabante.Eu estava a falar, com o LUÍS ALBERTO FERREIRA. Quem diria… acontecer este inesperado momento. O Luís Alberto, é angolano, jornalista e escritor de grande mérito. Não vou recordar um currículo tão valioso. Seria fastidioso e nem eu iria saturar meus leitores com uma lista infindável e, de certeza, incompleta, pois nada sei das suas actividades nos últimos dez anos, além de ter conhecimento que está a escrever algo de muito importante sobre o México, onde tem vivido há longo tempo.Foi um dos integrantes da equipa de reportagem que cobriu, em directo e em circuito fechado, do Porto (Portugal) para Luanda (Angola) em 1956, o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins, realizado no Palácio de Cristal e que foi transmitido pelo Rádio Clube de Angola.Que paleio o nosso. Gargalhadas sinceras… sem bla-blas… coisas sérias, sinceras, sentimentos plural singular. Só possível, entre verdadeiros amigos.O Luís está de passagem… novamente para o México. Mas vamos estar juntos. Pena não ter neste momento tempo para vos contar pormenores do nosso diálogo que me fez pensar se a utopia não é um paradoxo.Voltarei ao assunto. - carlospereirangola@gmail.com