<MUNDO MEU
Vivemos num mundo onde pululam milhares de maldades, onde em cada segundo, morre alguém seja por doença, acidente ou guerra. Mas, também, nascem seres humanos sem culpa nenhuma, entregues a um futuro repleto de incógnitas, nascendo sem terem pedido a ninguém para virem a este maldito mundo que eles terão de aprender a suportar.
Mas, não é só de maldades e de homens endemoniados (como o Bush) que este mundo é habitado. Eu sei que há homens bons. Homens de carácter. Homens que se alicerçam numa amizade a partir de um conhecimento singular e acabam, ao longo de mil trajectórias em comum ou não, por dar uma ideia de que tudo passou e a amizade se esfumou. Quantos de nós, já sentimos isso? Responda quem quiser. Tudo parece esquecido e não está, só porque a verdadeira amizade está enraizada… apenas não foi regada. O tempo não deixou regar.
Eu conto.
Em Angola, no período pós-ndependência (1975-1989) aprendi e eduquei-me bastante mais do que em todos os anos anteriores, isto no que concerne à pureza da vida vivida em aberta confraternização popular.
Conheci gente então anónima que se guindou a postos de trabalho destacados. Refiro-me, principalmente, na rádio, imprensa escrita e desempenho desportivo. Convivi com pessoas cheias de vocações inertes e absorvidas na inépcia colonial. E, volvidos tantos anos, quando anossa memória se agita e recorda os nomes de amigos para pedir ajuda, os nomes são mais do pensamos. Nossa memória regista a verdade e na hora dá-nos as orientações correctas, porque os nomes dos inimigos não ocorrem na hora em que estamos aflitos e precisamos de ajuda.
Aconteceu-me isto mesmo. No rescaldo do acidente sofrido por meu filho e neto, senti que precisava dos amigos. Vários nomes ocorreram. E entre eles um ressaltou por conhecer antecedentes de bondade por ele praticados. Mais do que outros, afloraram minhas intenções e escrevi para ele uma carta a revelar minha situação e a pedir ajuda. Ele, hoje, em Angola, é figura predominante na Rádio e não só, no governo angolano. Ao receber meu SOS, poderia simplesmente rasgar a carta e lançar no cesto do lixo. Seu new profile dava-lhe esse direito como homem que não tem tempo para nada… mas, isso não aconteceu. Porque não teve tempo para escrever, respondendo à minha carta…, mas a resposta que ele deu disse tudo e muito mais do que eu pensei quando lhe escrevi. Mandou a ajuda pedida em duplicado. Podem acreditar. Angolanos quando se enlaçam em sentimentos nobres, nada os conseguem desenlaçar. Esta é verdade, verdadeira. Eu que o diga. Somente, por uma questão de respeito e por entender que não o devo fazer é que não revelo o nome do meu AMIGO.
OBRIGADO MR.