quinta-feira, agosto 24, 2006


GIRAMUNDO

Há dias que nos arrastam para fora da vida com uma força tal, que nos sentimos fora de tudo e nos quedamos executando nossas tarefas como autómatos e sem nos apercebermos do que fazemos... e gizando pensamentos estranhos, jamais ocorridos em nossa mente. Que venha o primeiro dizer-me que nunca "tal me aconteceu". São dias que nos tiram o apetite... nos distanciam das coisas belas... nos afastam dos nossos amores... enfim, nos retiram toda a alegria de viver e nos sentimos moribundos.
Dentro de mim apenas o zum-zum nos ouvidos, o eco do ritmo grave das rotações da Terra plena de acontecimentos estranhos que nos obrigam a meditar, como, por exemplo nos virem dizer que a Lua também pode ser um planeta; de alegrias, como fiquei ao saber que ANGOLA, com a sua equipa de basquetebol, está a disputar o Mundial no Japão e após três vitórias e uma derrota, ficou qualificada para seguir aos oitavos-de-final... e tantas e tantas outras vertentes de alegria, surpresas e tristeza me rodearam neste fim-de-semana. Cenas que se repetem incessantemente.
Uma dose suficiente de recordações idas e vindas onde me reencontrei com aquele lindo poema de CHICO BUARQUE DE HOLANDA (1968), do seu album de sucesso dessa época, RODA MUNDO ... começava assim, depois de belos acordes de violão:

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mais eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião

E terminava assim:
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

Até amanhã, que espero seja um BOM DIA PARA TODOS NÓS.