AO FUTEBOL PORTUGUÊS
- Tiago Santos e Carlos Marques
estão já no Díter Zafra
Tive hoje informação de fonte fidedigna de que dois jovens futebolistas formados em escolas especializadas, as do Benfica e a do Sporting, haviam decidido abandonar o futebol português para rumarem Espanha. São eles o Tiago Santos e o Carlos Marques. Ambos jogaram no Real Sport Clube, a época passada, com posições como avançado e médio, respectivamente. Foram úteis e revelaram boas qualidades práticas, ajudando o clube a guindar-se a um destacado plano no campeonato da II Divisão Nacional, onde alcançou o título de campeão da Série D, e disputou a qualificação na fase final da subida à Liga de Honra, que perdeu para o Fátima.
Num período de muita expectativa, no decorrer das acções de mercado, este moços tiveram o bom senso de saber ser ponderados e coerentes, antes de decidirem o futuro. Bem apoiados pela família e um empresário leal, ambos souberam reter as tentações de novos contratos para mudarem de emblema e ficarem em Portugal. O próprio clube a que estavam ligados, o Real SC e ainda o Mafra, o Atlético e o Pinhalnovense estavam na corrida. Souberam aceitar conselho e souberam aguardar, pois de permeio havia clubes espanhóis à espreita.
E, assim, dois jovens promessas estavam com um pé fora de casa. Dois dos maiores clubes portugueses, o Benfica e o Sporting, não souberam gerir e lapidar as suas jóias, num desenvolvimento de medidas que deixaram de ser adequadas, o que constitui uma ameaça à função do futebol enquanto factor de inclusão social, um tema tão debatido, e referido no relatório de Helsínquia sobre o desporto (COM 1999 – 0644), em que se preconizaram medidas para reforçar as funções sociais e educativas específicas do desporto.
O Benfica, de uns anos a esta parte, deixou de constituir um exemplo na formação de jogadores de futebol, enquanto o Sporting ,tem dado outra resposta, embora, os resultados, aparentemente, sejam somente contabilizados materialmente em euros, o que, em meu parecer, seria bem melhor se fossem contabilizados em títulos. Ou, pelo menos, que as vendas cobrissem globalmente as despesas da manutenção da Escola, o que, penso eu, nem com a venda de Nani, isso aconteceu.
Esta situação põe em causa a evolução dos quadros jovens promessas. Os clubes farejam por todo o país e pelo estrangeiro, numa guerra sem quartel, pensando que a médio prazo serão rentabilizados. Assim, o importante, seria formar bem os talentos e apostar neles para equilibrar as despesas de manutenção das escolas, isto é, vender depois aos poderosos clubes europeus, como poderá vir a acontecer com Moutinho, se este ano o Sporting ganhar o Campeonato.
Formar de forma incompleta e largar os talentos, é desprezar receitas e lançar talentos aos sete ventos.
Ao Tiago Santos e ao Carlos Marques, novos atletas do CD Díter Zafra, cabe agora, do outro lado da fronteira, na província de Badajoz, na cidade de Zafra, atentar na conduta social e desportiva, tirando partido dos ensinamentos recebidos e da prática adquirida num campeonato duro como é o da II Divisão lusa. Desejo-lhes boa sorte.
– Carlos Pereira Num período de muita expectativa, no decorrer das acções de mercado, este moços tiveram o bom senso de saber ser ponderados e coerentes, antes de decidirem o futuro. Bem apoiados pela família e um empresário leal, ambos souberam reter as tentações de novos contratos para mudarem de emblema e ficarem em Portugal. O próprio clube a que estavam ligados, o Real SC e ainda o Mafra, o Atlético e o Pinhalnovense estavam na corrida. Souberam aceitar conselho e souberam aguardar, pois de permeio havia clubes espanhóis à espreita.
E, assim, dois jovens promessas estavam com um pé fora de casa. Dois dos maiores clubes portugueses, o Benfica e o Sporting, não souberam gerir e lapidar as suas jóias, num desenvolvimento de medidas que deixaram de ser adequadas, o que constitui uma ameaça à função do futebol enquanto factor de inclusão social, um tema tão debatido, e referido no relatório de Helsínquia sobre o desporto (COM 1999 – 0644), em que se preconizaram medidas para reforçar as funções sociais e educativas específicas do desporto.
O Benfica, de uns anos a esta parte, deixou de constituir um exemplo na formação de jogadores de futebol, enquanto o Sporting ,tem dado outra resposta, embora, os resultados, aparentemente, sejam somente contabilizados materialmente em euros, o que, em meu parecer, seria bem melhor se fossem contabilizados em títulos. Ou, pelo menos, que as vendas cobrissem globalmente as despesas da manutenção da Escola, o que, penso eu, nem com a venda de Nani, isso aconteceu.
Esta situação põe em causa a evolução dos quadros jovens promessas. Os clubes farejam por todo o país e pelo estrangeiro, numa guerra sem quartel, pensando que a médio prazo serão rentabilizados. Assim, o importante, seria formar bem os talentos e apostar neles para equilibrar as despesas de manutenção das escolas, isto é, vender depois aos poderosos clubes europeus, como poderá vir a acontecer com Moutinho, se este ano o Sporting ganhar o Campeonato.
Formar de forma incompleta e largar os talentos, é desprezar receitas e lançar talentos aos sete ventos.
Ao Tiago Santos e ao Carlos Marques, novos atletas do CD Díter Zafra, cabe agora, do outro lado da fronteira, na província de Badajoz, na cidade de Zafra, atentar na conduta social e desportiva, tirando partido dos ensinamentos recebidos e da prática adquirida num campeonato duro como é o da II Divisão lusa. Desejo-lhes boa sorte.