sábado, novembro 10, 2007

Efeméride



11 de Novembro
ANGOLA INDEPENDENTE


1975 - Os tiros que ecoavam em Luanda, davam-nos a certeza da Vitória. Ressonâncias bélicas que eram mensageiras de uma guerra que o povo angolano não fomentara nem negociara.

11 de Novembro de 1975. Luanda – 21h00 – Estava eu nos Estúdios Centrais da Rádio Nacional de Angola. A todo o momento haveria a ligação directa para a transmissão directa do acto da proclamação da independência. Sebastião Coelho fazia a reportagem em directo e anunciava a presença do Camarada Presidente Dr. Agostinho Neto na tribuna, ladeado pelas mais altas individualidades internacionais, especialmente presentes num gesto de apoio e solidariedade com a luta travada pelo MPLA. A ausência de um representante de Portugal – país colonizador de mais de 500 anos -, era registada. Falou-se de que um avião militar português, estava a caminho de Luanda com a comitiva de Portugal, mas que fizera o voo de regresso imediato a Lisboa, por achar que as condições de aterragem não ofereciam confiança, dado o tiroteio que se registava nos arredores (Caxito).
Houve quem afirmasse que essa delegação portuguesa estava convencida de que a independência seria proclamada pró Jonas Savimbi que, naquela mesma ocasião e com o apoio das Forças Armadas da África do Sul, procurava entrar em Luanda, avançando pela faixa Sul (Porto Amboim, Gabela..) enquanto Holden Roberto, com apoio norte-americano e de Mobuto (Zaire) lutava já às portas de Luanda com as FAPLA e o apoio internacional de Forças Cubanas. O avião português, segundo se divulgou dias depois, acabou por aterrar no Huambo, onde a UNITA de Jonas Savimbi se havia refugiado após ter sido escorraçado de Luanda, ali proclamando uma independência fantoche. Verdades que se confirmaram posteriormente, dado os acordos firmados com o governo de Marcelo Caetano, “fundador” da UNITA, com o objectivo de combater o MPLA, no Leste angolano, onde Daniel Chipenda comandava uma força clandestina contra o governo português.
Horas depois, o eco dos rebentamentos dos famosos mona-cachitos, que a todos os minutos de ouviam, não conseguiu abafar e muito menos impedir a concretização da proclamação da Independência pela voz de

AGOSTINHO NETO, FUNDADOR DA NAÇÃO ANGOLANA.
Em Luanda, o povo rejubilava e dançava. Nos corredores da Rádio, meus colegas e alguns jornalistas – lembro-me de ter visto o Luís Alberto Ferreira, do Jornal de Notícias e o Waldir Santos Riamor (Rádio Globo?) -, e eu nos abraçámos de contentamento… e muito mais que fica para contar para outra vez que se se proporcione.
A ANGOP, referiu-se à efeméride deste modo:
Passaram 32 anos… dos quais cinco em plena estabilidade militar.
O Acordo de Paz celebrado entre o Governo e a UNITA, a 4 de Abril de 2002, fez surgir a esperança de uma verdadeira paz no país e dar espaço a recuperação económica e social, tendentes à melhoria progressiva do nível de vida da população.
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na sua mensagem de Fim de Ano em 2004, disse que “esse sonho de bem-estar e progresso constante, para ser realizado, exige de todos nós um trabalho árduo e longo. Esse trabalho poderá durar décadas, mas o importante é começar, persistir e definir correctamente o rumo e os meios para lá chegarmos”.
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ANGOLA HOJE!


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