sexta-feira, novembro 16, 2007

OURO NEGRO
a saudade que deixou



Quando se trata de falar do DUO OURO NEGRO, fico sempre indeciso pela seguinte razão: ou vou produzir mais de 50.000 caracteres e e meus leitores perdem a paciência ou produzo muito menos caracteres e fico chateado por não ter contado tudo. Poderia optar por episódios e contar as estórias que conheço - e não são poucas -, mas nesta ocasião não dá porque o motivo que me leva a escrever este post está situado numa das últimas - se não a última -, páginas da minha vivência aliada aos famoso duo angolano, da música que todo o Mundo aplaudiu e que gosta de ouvir.
A imagem que vos apresento é a do último DVD+CD. Uma imagem dos tempos antigos, conseguida em Luanda, na ILha do Cabo. Jovens ainda o Milo e o Aires - hoje já vivendo no Éden com que sonharam muitas vezes -, na ocasião sabiam que estavam no caminho certo. Nunca o duvidaram. Eu o afirmo convictamente. Estive com eles desde o primeiro single e o primeiro espectáculo a sério. Aconteceu em Luanda, na Sala do Restauração, num fim-de-festa apresentado por Santos e Sousa (já falecido). Um êxito estrondoso que abriu as portas ao resto com uma cimplicidade tal que, em menos de dois meses estavam a actuar em Lisboa, no cinema Roma, contratados pelo empresário Ribeiro Belga. Uma trajectória percorrida à velocidade de um F1, com passagens e êxitos pelas principais salas de espectáulos do Mundo, com destaque para o Olympia (Paris) e Carnegie Hall (Nova Iorque).
Hoje já não os temos entre nós. Mas o DUO OURO NEGRO É IMORTAL.
O José Maria Almeida, um artista em sonoplastia desde os saudosos tempos em que produzia na Rádio Ecclésia, em Luanda, o fabuloSo LUANDA-62, não perdeu as suas qualidades de sonoplasta nato e a prova está nesta sua co-produção com a Valentim de Carvalho, cuja realização é inteiramente sua. Um trabalho intenso demonstrativo da dedicação ao que ele sempre amou, a nossa Angola e à sua cultura geral. Um trabalho único, que eu acredito nenhum realizador português teria - profissionalmente - paciência para aceitar realizar. Só com uma grande dose de amor, carinho e - porque não dizê-lo? -, amadorismo, esta edição conjunta de um DVD e um CD resultaria numa obra digna de enriquecer qualquer arquivo particular ou oficial.
Não perca... antes que esgote, compre... sente-se comodamente no seu sofá, naquele cantinho preferido onde se sente bem... acompanhe-se de algo que lhe dê prazer e deixe-se absorver pelo som (de boa qualidade) e pelas imagens (lindíssimas) que ilustram os poemas musicados do maior conjunto angolano de sempre.
E, de permeio, pode ser que tenha algumas surpresas... pois o DVD não é só música... também é estória contada por terceiros. Carlos Pereira


LUANDA -
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