sexta-feira, novembro 16, 2007

Sopa da Pedra


Por vezes eu abro as portas do atrevimento, principalmente, quando ocorre algo que me dá alegria. Quando me sinto estimulado. Acontece e pronto aí estou eu sorrindo, falando de mais, assumindo, digamos o “espectáculo”. Bem, sou do signo Leão e está tudo dito, não? Acho que sim.
Pois bem. Hoje fiquei satisfeito por ter sabido que, finalmente, foi lançado no mercado discográfico em Portugal, o DVD/CD do DUO OURO NEGRO, que eu ajudei a lançar em Angola e em Portugal – com a excelente aceitação do empresário Ribeiro Belga -, e no qual eu dou um “lamiré” sobre o tema Kurikutela.Uma excelente Produção Valentim de Carvalho, Co-produzido pelo meu Amigo Zé Maria (José Maria de Almeida) que também é o responsável pela realização. Satisfeito, após o lançamento e regressando à redacção do jornal dei uma saltada ao cantinho do Rossio “Painel da Baixa”, de minhas recordações de 1956 quando em Lisboa estive a trabalhar para as Produções Lança Moreira, com ideia de tomar um descafeinado.


No entanto, deu-me a “larica” e olhando o painel de letreiros das especialidades da casa deparei com o da SOPA DA PEDRA (2,00€).

A curiosidade em mim é sempre uma ordem que me obriga a querer saber tudo e mais alguma coisa. Claro que tinha de saber o porquê desse nome culinário.
Quem idealizou a dita cuja sopa foi o Senhor Manuel da Silva

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de 70 anos de idade, que ali trabalha há vinte anos e ainda está vivinho da costa. Autorizado a divulgar quanto entendesse (menos o segredo da receita, claro), o sr Manel explicou-me a origem do nome da sopa, contando-me a lenda que criou:
Um pobre cheio de fome, apenas tinha uma panela e uma pedra. Mendigando porta em porta, recolheu em cada lar todos os ingredientes. Aqui uma cenoura, ali um nabo, acolá um chouriço e mais além feijão, etc… etc. E assim recolheu todas as espécies dos principais vegetais e carnes: repolho, batata, orelha de porco, chouriço… gindungo (piri-piri) e algo mais que não nos revelou. A partir, o mendigo então fez uma sopa que ficou com tal consistência que uma prato bem servido – como acontece lá -, uma pessoa fica bem servido para todo o dia. Podem crer. O sabor é ligeiramente a feijão com um agradável ténue picante. Eu quando cheguei a meio da tigela… já não consegui emborcar mais. Como logo pensei em postar este assunto, com o meu celular fotografei a sopinha da pedrinha o seu inventor e o destaque da especialidade exclusiva do “PAINEL DA BAIXA”. Se você que me lê, tiver possibilidade de dar um salto à baixa lisboeta (Rossio) não deixe de provar esta suculenta, alimentícia e gostosíssima sopa que de pedra, apenas tem o nome. Curiosamente …