quarta-feira, outubro 12, 2005

ficção, futebol e políica


VOLTEI...
...
voltei! Passaram mais de vinte dias! E parece que foi ontem que aqui estive. A saudade - que linda palavra, inspiradora de sentimentos renovados -, fortificou meus quereres, infinitamente consolidados. Não sei se sou mimado (se sou a culpa não é minha...), mas sei que sou frágil perante a saudade, a amizade o amor. Coisas de homem piegas? Quem sabe quanto vale mais uma pieguice sincera do que uma falsa afeição. Bem vamos lá ser mais... mais e entremos no ritmo de produção costumeiro, nas certezas do dia-a-dia. Meu plano para este reatamento à weblogger:

  • FICÇÃO - "oito dias de maturação onde o imprevisto acontece";
MAS ANTES DO MAIS:
  • quero manifestar-me radiante, muito radiante pois estamos perante o maior feito da história do futebol angolano, que, para além de se ter qualificado para o MUNDIAL'2006, está na luta pelo CAN'06, e, vai encaixar na fórmula BPA, isto é: BRASIL, PORTUGAL, ANGOLA. Curioso, inédito... impensável... quando as preliminares se iniciaram. Claro, não há ilusões... (recordam-se da figura que o Zaïre fez, há uns anos?). Que pode surgir isto ou aquilo fóra de previsões... vá lá, mas nada mais do que isso. Uma coisa, aos incautos: não se deixem adular pelos mal intencionados, despeitados por Angola se ter tornado independente pela vontade da maioria do povo que optou, por várias vezes, pela hegemonia politica que mais lhe interessava.... burifando-se para americanos, ingleses, sul-aficanos, congoleses, portugueses e soviéticos... com a coragem, determinação e vontade indómita, que caracteriza raizes de um povo que esteve submisso mais de 500 anos de colonialismo. Um povo que soube reconhecer e agradecer, antes de tudo e de todos, ao povo cubano - que se marimbou para a URSS e embarcou na luta ao lado de angolanos indefesos perante a ameaça do capitalismo internacional, e soube alinhar items prioritários na presença de uma luta interna subsidiada por aqules que hoje estão a seu lado... na mira das riquezas da minha Angola. Vinte anos de destruição de mais de 70% do espaço geográfico angolano, não se reconstroi em dez anos; meninos que nasceram nos anos 70 e 80... e viveram longe da civilização urbana para andarem nas matas ao cheiro da pólvora, alimentado esperanças promessas de riqueza de felicidade incutidas por um líder demagogo como o foi o dr. Savimbi, hoje tem mais de vinte anos... mas são incultos, analfabetos e sentem-se frustrados. O espaço que ocupam não lhes foi prometido... foi-lhes concedido a bem de cada um numa reintegração social possível e difícil para todos. Luanda, a capital. albergou milhares de fugitivos das zonas onde a UNITA e a FNLA fizeram a guerra (tribal e racista) que todos conhecemos e não podemos negar. Para quê?

    Misturei "alhos e bogalhos". Propositadamente, por uma razão. Para aletrar quantos não tiveram oportunidades de conhecer a verdade e a realidade angolana, dos que vão se aproveitar para lançar balelas contra os angolanos. Os inimigos do povo angolano, os oportunistas vão se aproveitar por Angola estar na mira mundial numa das modalidades desportivas que maior número de adeptos reune, para fazerem campanhas anti-governamentais, e apontarem aspectos negativos que ainda existem na jovem Nação Angolana... iguais - nem melhores nem piores -, do que aspectos igualmente negativos existentes em países europeus e americanos, que são independentes há mais de 50 anos... e de outros há mais de um século. Mesmo, cito Portugal (que cabe 14,5 vezes dentro de Angola) que desde 1974 (Abril) derrubou o fascismo (culpado do atraso do país) e, ainda hoje, trinta anos volvidos com democracia, ainda sofre de carências organizativas de bradar aos céus, onde há zonas onde nos roubam o telemóvel, nos assaltam, há arrastões, nos comboios não há segurança, onde doentes aguarda mais de um ano para serem operados, listas de espera imensas, a escolaridade é baixissima, ainda há (imaginem) milhares de analfabetos e onde a prostituição, a corrupção e o tráfico ilícito é a "boia salvadora" de quem não consegue um emprego legal. E não me falem no senhor presidente estadunidense, Bush... que pertencendo à famila que tem o domínio sobre a maior petrolífera do Mundo, se desmarca das tragédias como as aconteccidas em Los Angeles, capital de jazz, maioritariamente habitada por negros, e tem o descaramento de pedir e de aceitar petróleo de países sub-desenvolvidos. Que a primeira pedra seja dos angolanos... Aceitem este meu desabafo! Um abração amigo e muito sério. Voltei e já estou na roda viva, com vontade de continuar a suportar o peso que este Mundo me destinar como parcela que possa contribuir para o manter mais ou menos equilibrado.