quinta-feira, janeiro 24, 2008

FOLGAS CHEIAS DE TRABALHOS
ANDANÇAS DE COMBOIO
E QUE BELAS BIFANAS


Meus dias de folga semanal são a segunda e a terça-feira. São o refúgio que eu escondo do Mundo para poder retemperar a mente, recuperar o físico tanto quanto possível e metodizar acções semana a semana. Mas nestes últimos dias de folga nada disto eu consegui cumprir, pois, como ser humano igual a quantos pululam nesta atmosfera com CO2 acima do permitido, também me aconteceu o que era de esperar mas que eu nunca esperei. Sou igual a todos, A nós nunca acontece o que acontece de mal aos outros acontece. Mas, a imunidade de avarias nos carros, não se compra: pratica-se com agenda de tarefas a cumprir entre tais e tais quilómetros, do mesmo modo como os dias de consulta médica se agendam, cautelosamente, nos cardápios do quotidiano.
Foi isso que me aconteceu. A mim, não. Ao carro que eu tive o azar de comprar. Com os avanços técnico-automobilísticos que nos deixam espantados todos os dias, como é que não há uma luz que advirta os condutores de que as pastilhas dos travões estão gastas e precisam ser mudadas? Bem, nalguns modelos mais antigos, por exemplo no Citroen AX esse sinal existe. Mas, nos modelos como o Saxo, não. Daí… fiquei sem travões. Sorte minha, é ser angolano e a nossa comunidade ser muito unida. Meu conterrâneo Lito Teixeira, é mecânico de uma galáxia tão alta que em Portugal, nenhuma Empresa lhe pode pagar o honorário que ele merece. Daí o ele se ter estabelecido do outro lado do Rio Tejo, e a AUTO-LITO estar sempre pronta a resolver os mais complexos problemas. E o meu também foi resolvido e hoje já posso esgalhar no IC19 – sem me preocupar com as câmaras de vídeo -, pois se piso o pedal já não oiço aquele barulho estranho e o carro obedece à paragem. Uff que alívio!
E toda esta lenga-lenga veio à baila, para vos falar um pouco do que eu vivi como “factos extras da vida de um jornalista atarefado”. Entre tudo o que eu adorei, confesso, foi andar nos comboios da Fertagus, entre Sete Rios e o Fogueteiro. Que diferença dos comboios da CP, da linha de Sintra. A diferença é tão acentuada que nos sentimos ludibriados pela CP nos elevados preços dos bilhetes, agora, com descaramento até com aumentos inadmissíveis, abusadores por saberem que milhares e milhares de trabalhadores carecem do comboio para irem ganhar o “pão nosso de cada dia”.
Nas carruagens da Fertagus, sente-se higiene, comodidade, segurança, factores básicos para se viajar tranquilo que na CP não se sente. Que contraste, meus amigos!
Mas… o melhor de tudo, quero render homenagem ao senhor Carlos Pinto, que eu não conhecia e me foi apresentado pelo Lito, na hora em que fui buscar o carro – hora maravilhosa onde o estômago pedia carregamento: daí, o Lito, no seu sempre gesto gentil, parou, lá para os lados de Sesimbra, em Pinhal dos Frades, no Snack O MARINHEIRO.
- Olha Carlos, vamos aqui comer uma bifana, dá?
- Se dá! Tou com larica a pedir recheio.E assim foi que aconteceu eu comer a melhor bifana na minha vida… que coisa maravilhosa. Bem temperada (do alho é que eu não gostei, por isso o saquei logo para fora do pão), tenrinha, sem gordura… uma verdadeira arte culinária. E, espantem: e por menos de 2,00€. Por três o Lito pagou 5,35€. Podem acreditar. E, se duvidam, só têm que fazer uma coisa: Metam-se a caminha de Pinhal dos Frades, e quando chegarem à Avenida da República nr. 47, estacionem bem o carro e entrem no snack O MARINHEIRO. O meu xará Carlos Pinto está lá para vos atender a preceito, sem gravata nem jaqueta, mas com um sorriso e tanta cortesia que uma pessoa até se esquece dos Sheradon’s… Uma recomendação: viajem de estômago vazio. Por quê? Mas isso é pergunta que se faça depois do que vos contei? Sinceramente…
carlospereirangola@gmail.com