Angola e Ronaldo
Crónica de João Araújo
Jornal "O JOGO"
Angola foi eliminada da CAN num dia especial para os seus cidadãos. Segunda-feira comemorou 44 anos sobre o início da luta armada pela independência, o que poderia incutir nos jogadores um espírito de conquista e levá-los a um semimilagre. Isso não aconteceu e acabou por imperar a normalidade, ou não fosse o Egipto actual campeão africano e detentor de maior número de êxitos (cinco) na prova. A equipa de Oliveira Gonçalves tem, contudo, motivos de orgulho: tem feito um percurso ascendente, desde o título africano de Sub-20, a estes quartos-de-final e encontrou em Manucho um novo craque e ídolo do povo. Depois de Akwá e Mantorras, talvez possa ser ele o líder da selecção angolana no melhor período do futebol daquele país que, em 2010, tentará aproveitar o factor-casa e a mais-valia internacional dos seus jogadores para chegar ainda mais longe.
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Cristiano Ronaldo está a crescer - ainda festejou há dias 23 anos e hoje já terá a responsabilidade que Manucho ainda mal descobriu: liderar a sua selecção, a portuguesa, frente à Itália, no chamado jogo-a-feijões-que-ninguém-quer-perder. De um lado o campeão mundial, do outro o vice-campeão europeu. Uma vitória será uma importante injecção de moral neste arranque para o Euro'2008 e uma vantagem psicológica sobre um eventual adversário na Áustria e Suíça, onde Ronaldo tentará obter aquilo que lhe falta para dar por terminada a sua "licenciatura" e convencer os mais cépticos: um título de dimensão internacional.