quinta-feira, fevereiro 14, 2008


FACTOS DA VIDA


SER HUMANO
É SABER AJUDAR
O NOSSO SEMELHANTE


Vivemos uma época em que, de um momento para o outro, sem sabermos o por quê, vemo-nos envolvidos em acontecimentos que não provocámos, mas vimos e sentimos revolta pelo que o casual nos proporcionou. E, a revolta é – penso eu por minha própria cabeça -, tão grande que sentimos necessidade socorrer a vítima ou de cercar o agressor, o criminoso ou o infractor. Mas quem pensa assim? Só as pessoas bem formadas. Digo isto porque já vi um homem de muletas cair à entrada do comboio da Linha de Sintra, em Barcarena, e, duas pessoas bem perto nem se preocuparam em ajudar o deficiente a recompor-se. É facto corrente em Portugal. Cada um olha por si e os outros que se lixem! Tenho tantas provas desta minha afirmação. Bem, mas atenção: eu creio que haverá excepção. Nem todos os portugueses são selvagens. Mas voltemos ao caso a que presenciei ao qual me referi aí em cima.
Na ocasião estava eu a 5 metros do acidente e corri em socorro do senhor que caira. Num dos bancos mais à frente daquele onde me encontrava, um casal olhou e logo ele se levantou e revelou vontade em ajudar. O homem, mostrando gratidão não se cansava de agradecer.
Nós todos seguimos. Quem saiu primeiro foi o deficiente. Antes, aproximou-se do casal, pegou na mão da senhora e beijou com todo o respeito e agradeceu com lágrima marota…, apertou a mão do jovem com grande entusiasmo e a mim, igualmente, apertou a mão em gestos de agradecimento até que saiu, em Rio de Mouro. O casal e eu seguimos em frente. Desceu nas Mercês. Eu segui para Algueirão. Os restantes passageiros olhavam para nós com olhos de “espanto”. Um pormenor curioso: o casal era angolano. Negros. Que se preocuparam em socorrer um deficiente branco, na presença de tantos brancos, que viajavam naquele comboio de Sintra, na viagem que sai de Sete Rios, à 01h07, do dia 31 de Janeiro deste ano.