sábado, janeiro 28, 2006

umbigo

Tenho um colega com quem gosto de conversar. Sabe ouvir e alimentar com sabedoria um diálogo salutar. Quando calha nas brechas que o trabalho abre... a nós, ambos aproveitamos. O Vítor é o editor da Secção de Reportagem Fotográfica situada no open-space onde está instalada a redacção onde eu tenho assento como colaborador desportivo. Numa das últimas conversas que mantivémos, eu tive oportunidade de narrar momentos por mim vividos noutros tempos, momentos que eu nem sei porque os guardei na memória. O Vítor, fartou-se de ouvir coisas que, para mim, apenas são parcelas ferrugentas de um viver para um futuro que ainda não chegou. Nem sei quando e como vai chegar. Estou aqui. Apenas isso. Para meu espanto, ouvi pela terceira ou quarta vez, alguém dizer o que já ouvira em outras ocasião:
- Carlos, porque não escreve essas coisas? São episódios engraçados.Haverá, por certo,quem gostasse de ler... Publique isso é muito interessante.
Modéstia à parte, alguma vezes eu já pensei nisso, mas sou preguiçoso... e não tenho pachorra para reler meus escritos... e quando o faço, acabo sempre por os eliminar, pois não gosto do que leio e não encontro ponta por onde se lhe pegue. Desisto, sempre. Houve algumas excepções, pois já publiquei em meus blogs, alguns desses episódios, no entanto, hoje, não os consigo identificar. Também, penso, não é importante. Importante, para mim é que, hoje, relembrei-me de factos ocorridos em minha infância, que me fizeram sorrir olhando o espelho onde minhas rugas deram lugar à inocência de meus 6 anos, os cabelos brancos foram substituídos pela guedelha e meu olhar deixou relembrar o dia em que meu Pai, educador exemplar, me disse:
- Carlos, hoje vais entrar na linha.

E, a caminho da escola que eu frequentava no bairro do Bungo, junto da estação de Caminho de Ferro, eu tirei uma fotografia, no meio dos carris do comboio, ao lado de meu "velhote",que ainda hoje eu conservo. (Vou pedir ao Vítor para scanear para eu ilustrar este parágrafo). Entrar na linha é que eu estou convencido que nunca entrei e fiquei... acabei sempre e ainda hoje às vezes descarrilo.Nunca fui sovado por meus Pais. Minha educação foi cumprida com exemplos, pequenos castigos (não vais à matiné) e sempre com muita condescendência para com as minhas maldades... por isso sou, ainda hoje, um homem mimado.
O Vítor, o Rui Carvalho, o Francisco Simons, o Arlindo Leitão e o dr. José João despertaram-me para o passado.
Hoje ainda não, mas vou contar o que me vier à cabeça e procurarei enquadrar os acontecimentos cronologia evolutiva de minha vida. Meu Deus, em que estou a meter-me... Para breve! Caté.


Image hosting by PhotobucketNesta oportunidade, aqui, irei oferecendo o lado mais belo das minhas recordações de minha terra Natal: LUANDA e de meu país adorado: ANGOLA. Imagens próprias e outras retiradas de arquivos. Olhem essa da Avenida Marginal, de Luanda. Uma foto tirada do alto da fortaleza de S. Miguel, onde Salvador Correia de Sá e Benevídes se instalou depois de vencer os holandeses, na restauração de Angola. AO fundo há um prolongamento, tipo istmo, que alberga o porto acostável. Enorme. Passei nesse espaço momentos únicos que irei contar. pescarias, travessia a nado da baía, caça às ratazanas, fugas escolares, escondidas para fumar, malandrices... rsss