quarta-feira, dezembro 13, 2006

A propósito de

LITERATURA DE CORDEL

Passados dois dias em pleno gozo de folgas, no acolhedor ambiente familiar e recuperando forças para os desempenhos que uma nova semana nos exige, eis-me perante o que já esperava: comentários anónimos ao meu post sobre um documento literário que, para mim, não é mais do que literatura de cordel.
Os comentários a que me estou a referir, estão gravados junto do post deste assunto, os quais podem ser lidos por qualquer um dos visitantes deste “meus escapes”. São três, um dos quais até, de certo modo, elogioso. Entenda-se, desde já: não estou a dar resposta a nenhum deles. Ao dar a minha opinião, única e definitiva, sobre o assunto, não pretendi apoiar ou deixar de apoiar fosse o que fosse. Manifestei a minha opinião e não retiro uma única palavra daquilo que escrevi e assinei… sem dúvidas.

Do que não tenho dúvidas nenhumas é de que estamos num País onde a percentagem da população que sabe ler, (segundo o último censo-2001 é de 91%) nunca leu “Don Quixote de La Mancha”, não sabe quem é Harold Pinter,nem sequer Voltaire, não investe na sua formação cultural um cêntimo – nem me refiro em ir ao Teatro Nacional de S. Carlos ver Ópera -, mas, pelo menos ir ao Dona Maria II, ver o “O Vestido Vermelho”, de Jorge Guimarães, um “thriller” psicológico onde a verdade está longe de ser simples -, correu a gastar (agora 9,90€ mas já custou 11,00€) e fez longas filas (principalmente
constituída por adeptos do Benfica, pois claro!), para comprar uma edição sensacionalista, covarde… um verdadeiro precipício sob a banalidade quotidiana de uma ex-bailarina de uma casa de alterne.
Não é para admirar que tenha sido assim… infelizmente é a fofoca, a vida alheia, o drama alheio, a desgraça dos outros que alimenta a “cultura” e desperta as massas populares. A deflação cultural que se manifesta por aí fora é tão evidente que até fico admirado como é que esta edição difamatória, bem pior do que um pasquim, não foi aproveitada para promover, paralelamente com o nome de quem a assina, os nomes de quem patrocina ou subsudia a edição. Talvez o tal relatório deixasse de ser anónimo e o "Apito Dourado" encontrasse outros motivos de interesse. Talvez... Talvez fosse um belo item para o marketing da venda de tal kit. – Carlos Pereira.