sexta-feira, fevereiro 16, 2007

INVERNADA


Com a invernada de hoje, meu dia ficou estragado. O frio é saudável, a chuva refresca mas o vento… o vento é chato, e irrita-me sobremaneira. Andar com o vento a empurrar-me para a frente ou a travar minha caminhada… tira-me todos o humores. Olho para as pessoas, de esguelha e de olhos semicerrados, baixo a cabeça para cortar a ventania e nunca mais consigo olhar direito porque os pingos de água obstruem. Eu que sempre vivi em Angola, onde apenas suportamos duas estações – Cacimbo e Verão -, vejo-me e desejo-me aqui nesta Europa cheia de problemas meteorológicos a que eu não estava habituado. Ninguém me chamou, mas eu quis vir por imperativo de consciência e não me arrependo, razão que me assiste para suportar isto com ânimo verdadeiro. E, hoje, mais uma vez ao cabo de 12 anos de permanência nesta terra que foi berço de meus Pais, eu suporto este clima invernoso com o espírito de sacrifício natural.
Neste momento, já estou bem. Dei asas à imaginação, descarreguei o stress e, estou respirando fundo.
Sentado em minha banca de trabalho, olho o monitor da TV e vejo o segundo golo do FC Porto, obtido pelo Lucho no aproveitamento de uma defesa incompleta do guarda-redes Taborda, do Naval. Lembro que até agora, o duo proveniente da terra do Cantinflas, volta a brilha, uma vez ter sido Lisandro quem rubricou o primeiro golo dos portistas. E até ao final da primeira parte o placard não voltou a funcionar.
Volto dentro de alguns momentos.
CONTINUAÇÃO - 23h20
Neste curto intervalo, fui até ao refeitório “fintar” o apetite e mastiguei três rissóis de camarão que estavam bem gostosos, embora a massa estivesse insosso. E nesse espaço, continuei a ver o jogo FC Porto x Naval. Como cheguei um pouco atrasado, já havia 3-0, com um golo de Lisandro a bisar no início da segunda metade. Gostei de ver o Naval jogar. Lutou sempre, tem jogadores de boa técnica e no conjunto, além de algumas deficiências tácticas, mostrou-se uma equipa que sabe jogar e deixa jogar. Só que o Porto tem uma equipa que comanda o campeonato. E hoje bem precisava de se redimir dos últimos resultados que nada abonaram o conjunto portista.
E, o jogo acabou por confirmar isso mesmo com mais um golo, o quarto, este apontado por Adriano que voltou a mostrar engodo pela baliza, após um mês a contas com uma lesão e quase fora do clube, na época de transferências de Inverno. Ele está de volta. Gostei a ver os pormenores de Rentería, aquisição de Inverno, que hoje foi baptizado em jogo de cariz fácil para os comandados de Jesualdo Ferreira.
E enquanto para aqui dissertei sobre futebol, no Mundo muito aconteceu, sobressaindo, de momento duas coisas que me fazem pensar: a descoberta de um ponto fraco no vírus da SIDA, anunciada pela revista “Nature”, é crucial por abrir caminho a novos fármacos contra a doença e deixa perspectivar a descoberta de uma vacina contra o VIH, uma garantia que é oferecida à comunidade pelos cientistas da equipa de Peter Kwong, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos da América.
A outra, é revelada pela coragem demonstrada pelo presidente da Venezuela Hugo Chavez, ao ameaçar nacionalizar supermercados e armazéns que vendam produtos alimentares de primeira necessidade, como carne, frango ou leite, acima dos preços máximos estabelecidos e publicados na “Gazeta Oficial”. Foi eleito pelo povo, fez promessas e agora, tem de as cumprir… em defesa do povo. Claro, ao entrar nos problemas económicos do país… Chaves está a semear descontentamentos e vão lhe cobrar, não hajam dúvidas.